terça-feira, 15 de abril de 2008

E estará equipado?

O homem, animal adaptável que é, busca novas viagens no inexplorado universo. Manda sondas, satélites, foguetes, animais e vai também a outros planetas. O universo o fascina.
Então vai o bicho-homem à Lua, a Marte, a Vênus, a Júpiter e ao Sol, talvez. Experimenta-os. Coloniza-os. Civiliza-os. Humaniza-os.
Netuno, os anéis de Saturno, Andrômeda, por que não? "Idem, idem, idem". Procura dali e dacolá, mas o ''inquieto repetitório'' se repete mais uma vez.
O bicho-homem nunca está satisfeito.
Ignora que o que procura, na verdade, não é conhecimento ou ciência, mas, sim, a si mesmo. Civiliza todo o universo em sua fúria megalomaníaca e perde-se de sua essência, do que verdadeiramente é: bicho da Terra. Concentra-se na busca incessante para desvendar os mistérios do infinito e negligencia os seus próprios enigmas. O maior e mais surpreendente território não colonizou ainda: desconhece os segredos do seu coração.
O bicho homem está muito ocupado com prazos, trabalhos, dinheiro. Esqueceu-se da pérpetua e ingênua felicidade da "com-vivência", presente em pequenas situações cotidianas: o sorvete com a filha, a gargalhada do amigo, um reencontro inesperado. Desaprendeu a arte de "com-viver". Desumanizou-se.
Resta, então, a inexorável viagem a si mesmo. Experimentar-se. Colonizar-se. Civilizar-se. Humanizar a si mesmo. Usando não mais satélites e sondas, mas equipando-se com os sentimentos.
Sugestão:
Videoclipe da Música "40 dias no espaço" de Leoni:

4 comentários:

Neylon Barboza disse...

Galera, gostei da intuição. Gostaria, todavia, de saber se é plausível descrever o homem, na sua essência, enquanto 'bicho da terra'? Não seria o bicho sapiens sapiens um cidadão do universo?

Neylon Barboza disse...

Sobre o vídeo de Leoni. Gostaria de uma reflexão da parte da equipe. Como vocês interpretam a frase: só o que é novo interessa?

Stress disse...

Neylon!

No contexto do poema "O homem, as viagens" está explícita a preocupação do homem com os mistérios do universo em detrimento de seus próprios enigmas. o bicho-homem é sim um cidadão do universo, mas não deve esquecer-se de suas origens, de onde está sua verdadeira essência, a Terra.

Quanto à frase da música, ela deve ser interpretada a partir de um contexto, intrínsecamente relacionado com o poema.
"Se tudo passa depressa, só o que é novo interessa."
A frase é consequência de uma condição. Quanto maior a velocidade de transição de informações no mundo contemporâneo, maior a desvalorização de conteúdos atrasados. Relancionando a música ao poema, percebemos o erro que o homem comete ao deixar para trás questões pertinentes a sua identidade planetária, em detrimento a universal.

;D

Neylon Barboza disse...

Queridos(as) alunos (as),
Gostaria de lembrar a vocês os elementos obrigatórios dos blogs:
1. Texto sobre o poema O homem, as viagens de Carlos Drummond de Andrade;
2. Vídeo
3. Charge
4. Tirinha
5. Artigo
6. Entrevista

Peço-lhes especial atenção para a qualidade dos posts e dos respectivos comentários.

P.S. Lembro, ainda, que a nota de vocês será o resultado do processo e do produto, ou seja, do blog e da presença, mais a participação e envolvimento no projeto.